03 setembro 2009

Fórnea

Sinto uma necessidade enorme de chamar a mim a razão, por momentos, nos que entendo não me deixar sentir, imensos. Escrever páginas sentidas pela razão de crescer, adormecendo sentidos adivinhados e dormentes. Cresço sem sentir, o pensamento dirige as minhas mãos ao longo deste teclado estranho, na casa onde me rodeio de carinho, perto de mim, neste espaço que me assiste a mostrar-me e perpetuar o que vivo.
Ontem, subi a serra, desta vez, não estava sozinha, revisitei os sitios de outra maneira, dividindo o olhar com uma luzinha e a Inês, minha irmã que me acompanha em cada momento tão indefenido. Sempre o fez.
Nos olhares de quem conheço senti entendimento, no silencio que lhes ofereci, recebi a simplicidade que vale tanto, ansiando saber um dia substituir uma angustia companheira pela verdade da minha vida, aqueles lugares enchem-se de um passado que percorri, estão presentes nas decisões, dão sentido às passadas que inicio, quase ausente mas consciente.
Vozes amigas, o meu futuro, as palavras sábias do meu pai face a uma vivencia sofrida e tão cheia, avida de entendimento, absorvo o que nem sei. Erguem-se do mais fundo de mim, forças que não conhecia, lembro-me, desentendo-me e desnorteio-me para, em seguida pensar, lucida, verdadeira.
Desacredito, desacreditei, mas dou-me em troca, o meu corpo inteiro, a responsabilização plena do empreender que me assiste, que me devo.
Mostrei o meu sitio a quem me habita, paradas, senti o olhar da Mariana no mesmo horizonte que sempre me fascinou, vivi o amor nas palavras da minha irmã, a essencia do essencial em tanto que esquecia, nas horas que ali passei.
Conheci outro sitio, visitá-lo-ei, assim que puder, e tantos outros que me esperam, num inicio de conquistas minhas, só e apenas feitas de mim.

1 comentário:

Inês disse...

A tua grandeza, a tua imensa grandeza, merece tão simplesmente, a companhia de alguém que o saiba ver... mereces muito, muito mais!