05 setembro 2009

Ontem, vivenciei o conceito de solidão, sentir-me sozinha numa multidão , estranha num sitio que não conheço. Ausente de palavras que me soavam asperas e as mesmas de sempre. Estive calada. Uma vontade crescente de um silêncio cheio de mim, dei dois passos e soltei as lagrimas contidas de uma força que me vai espantando, ouvi vozes amigas, uma apos outra, conscientes da mesma experiencia passada.
As outras entoavam cantos gregorianos ensaiados e esgotados.
Um pensamento invadia-me em vagas quase crueis, claro e transparente.
A Ausencia descomprometida, a hipocrisisa, o julgamento pobre do que não se vê, os gestos que antevi. A reserva erguia-se, pedra a pedra, a vontade arrebatada de mim.
Sei quem sou, sei a mutação constante que sempre me acompanhou, sei que cada ensinamento foi vivencia errante.
As palavras que assento, nas descrições do que mostro sem ser, as lágrimas que escondo neste momento em que julgo pretender erguer o muro da minha verdade, a musica oferecida aos meus ouvidos enganados, não é desta que gosto, não é disso que falam, não é o que sinto e ouço. Sou apenas eu, cá dentro, cheia de vida e de espanto perante o despertar do desconhecimento.
A minha solidão tem vida.

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