11 setembro 2009

12:00

Recebi um mail.
Chorei, chorei o que faltava. Gritei em palavras o que sentia.
Lembrei-me das horas num quarto de hospital com sapiencias de bata branca sem saber o que eu tinha, lembrei-me de cada pombo que já conhecia nos telhados encarnados, nas noites que não dormia e prometia a mim mesma que a escuridão de mim mesma, um dia se iluminaria. Lembrei-me de entender porque estava ali sozinha.  Lembrei-me das vezes sem conta que olhei para o telefone que não se mexia, lembrei-me das surpresas que nunca recebia nem pedi, lembrei-me de suplicar a ver se alguém me via.
Lembrei-me dos meus dias, das distancias que percorria convencida que era capaz, que era assim que se vivia.
Lembrei-me de tanta coisa. Tão longe de mim...
Lembrei-me de me perguntarem, de estranharem porque estava sozinha e sorridente e eu dizia, envergonhada, aderia ao cansaço.
Lembrei-me de me enganar propositadamente, de me dizer que o sonho não me era devido.
Tinha um BMW mas andava sozinha.
Tenho uma mota que adoro mas o meu sonho era percorrer com ela os caminhos que ainda não conheço, mostrando os que vi, vivendo o fruto do esforço com alguém ao meu lado, que admirasse a diferença que existe em mim.
Tenho uma casa que sonhei mas onde me perco.
Não era isto que queria.
O que eu sempre quis foi alguém de mãos dadas comigo, só isso !!!!
O que eu sempre quis foi alguém que me amasse de verdade e me ajudasse a seguir um caminho feito em conjunto!
Era só isto que eu queria!

Há aqui uma luzinha dentro de mim. Há qualquer coisa que me diz que um dia vou entender, que o que sempre julguei não conseguir sozinha, sempre alcancei, sem ver, que sou tão valiosa ao ponto de lutar por mim.
Alguém o fez?
Ou apenas esperou que eu correspondesse?

O tempo foi passando.
O tempo soberano ensinou-me, ensina-me agora, que nas horas que mais precisei, não tive um abraço!

3 comentários:

Anónimo disse...

Pegadas na Areia
Uma noite tive um sonho.
Estava a passear na praia com o meu Senhor.
Pelo céu escuro passeavam cenas da minha vida.
Por cada cena, percebi que eram deixados dois pares
de pegadas na areia,
um que me pertencia
e outro ao meu Senhor.

Quando a última cena da minha vida passou perante mim
olhei para trás para as pegadas na areia.
Havia apenas um par de pegadas.
Apercebi-me de que eram os momentos mais difíceis
e tristes da minha vida.
Isso sempre me incomodou
e interroguei o Senhor
sobre o meu dilema.

"Senhor, quando decidi seguir-te, disseste-me
que caminharias ao meu lado
e falarias comigo durante todo o caminho.
Mas apercebo-me de que,
durante os momentos mais atormentados da minha vida,
há apenas um par de pegadas.
Não percebo por que razão, quando mais precisei de ti,
Tu me deixaste."

Ele segredou: " Meu precioso filho,
eu amo-te e nunca te deixarei,
nas horas de provação e de sofrimento.Nunca.
Quando viste na areia apenas um par de pegadas
foi porque eu te carreguei ao colo."

Milhita disse...

Obrigada minha luzinha!!
És linda!

continuando assim... disse...

o tempo...sempre o tempo que não comandamos !!

arrepiei-me

bom fim de semana
teresa